
ESPAÇO DE MEMÓRIA. A memória está presente
em qualquer lugar que observarmos e nela está contida a cultura, ou seja,
significados, valores e crenças. Além disso, percebemos que existe uma estreita relação entre história e
memória: a história deve esclarecer a memória e ser imparcial, enquanto a
memória é a interpretação da história, envolvendo a percepção. A arquitetura e o urbanismo tem muito a ver com espaços de memória já que materializam a memória e como catalisadores, servem para transmitir recordação da história e ensinamentos para futuros visitantes. Entendemos que
espaços da memória são recursos, materializações, formas de evocar a memória
artificial coletiva. Assim, destacamos a importância dos espaços da memória terem
caráter essencial como elemento conservador da história, não necessariamente
na representação física, mas na simbologia do espaço. Evidenciamos dois espaços, o Monumento Estácio de Sá no Rio de Janeiro (RJ) que foi projetado em homenagem ao fundador da cidade do Rio de Janeiro, além de servir como marco de celebração da fundação da cidade. E o Memorial da Imigração Japonesa em Belo Horizonte (MG), que foi projetado como símbolo da comemoração de 100 anos da imigração japonesa no Brasil. Sendo assim, a história pode ser individual, mas a memória é coletiva e
passível de uma multiplicidade de interpretações. O que nos leva a concluir que há a necessidade de preocupar-se pela produção e o consumo
em massa da indústria da memória, disfarçados com uma falsa
valorização da história, que acabam por prejudicar a própria
causa, levando a desvalorização de diversos espaços.
PATRIMÔNIO. Quando realizamos esse estudo entendemos que ao
definir o conceito de Patrimônio este deve estar atrelado a algo, ou a alguma
coisa. Sendo assim, Patrimônio é o conjunto de bens materiais e/ou imateriais
que contam a história de um povo e sua relação com o meio ambiente. Trata-se da herança que nos é deixada e que deixamos aos povos das
próximas gerações. O Patrimônio pode ser
definido em três classes: Histórico, Cultural e Ambiental.
Referente ao Patrimônio Histórico, que é o conjunto de bens que
relatam a história de uma determinada geração, podemos citar as últimas décadas como referência. Assim, até o final da década
de 1970, o patrimônio histórico tinha caráter político/elitista, mas
na década seguinte, nos anos 80 passaram a ser consideradas outras etnias e
classes sociais. Para que exista a compreensão da identidade histórica,
harmonia e equilíbrio dos bens da sociedade e para preservação dos costumes
populares, o patrimônio histórico é fundamental. Como exemplo de patrimônio
histórico, podemos mencionar a primeira universidade brasileira: a
Universidade Federal do Paraná.
Falando sobre Patrimônio Cultural, que é o conjunto de bens materiais e/ou
imateriais, que contam a história de um povo através de seus costumes, comidas
típicas, religiões, lendas, cantos, danças, linguagem, superstições, cerimônias,
comemorações, tomamos como exemplo os locais
arqueológicos que revelam a história de civilizações muito antigas. O patrimônio
cultural possibilita a conscientização das pessoas, oportunizando a estes
alcançar e absorver conhecimentos para a compreensão da história local, os
adaptando à sua própria história.
Por último, definido como a inter-relação do homem com seus semelhantes e
tudo o que o envolve, como o meio ambiente e tudo o que ele possui temos o
Patrimônio Ambiental ou Natural. Por estarem em contato com o homem, esses
elementos acabam por interagir e até mesmo interferir em sua rotina. O
"Caminho do Itupava", antiga trilha indígena entre Curitiba e Morretes (PR), pode ser mencionado como um caso de patrimônio ambiental/natural.
Um patrimônio pode ser material ou imaterial. Sendo assim, patrimônio material trata-se de aspectos mais
concretos da vida humana, e que fornecem detalhes sobre as pessoas. Artefatos e objetos são definidos como Cultura Material. Quanto ao
Patrimônio Imaterial, trata-se do conjunto de expressões
populares de um povo, transmitidos de maneira oral ou
cerimonial, recriados e ressignificados ao longo do tempo. Locais
dotados de expressivos valores para a História, bem como as
paisagens, são representações do patrimônio imaterial. Para ser caracterizado como patrimônio, é principalmente necessário que a
conservação do objeto, local, língua ou costume seja de interesse público, quer
por seu vínculo com fatos memoráveis da história do local e de seu povo, quer
por seu excepcional valor arqueológico, etnográfico, bibliográfico ou artístico. E
quanto a documentos patrimoniais, são denominados aqueles que levam
informações valiosas, e que ensinam por meio deles a ordem e transformação de
uma sociedade
TERRITÓRIO. O significado de
território não é igual em todas as culturas e idiomas, é algo dinâmico, ou seja, se
transformou e se transforma ao longo do tempo.
Embora ocorra diferentes compreensões, o conceito diz respeito a um Espaço
Geográfico ou Virtual apropriado, por uma pessoa ou um grupo de pessoas ou
de organizações. A relação de poder existente em um espaço está diretamente
ligada ao conceito de território, no contexto de geografia política, a partir do
momento que determinada área torna- se território de alguém ou alguns, a partir
de um interesse e de uma força política por eles exercida.
O território na Educação Integral: Neste aspecto também se fala de relação
de poder, porém serão estabelecidas a partir do interesse da coletividade pela
agenda educativa daquele local, e pelo interesse comum de proteger as crianças
e adolescentes de determinado espaço. Amplia-se a concepção de território na
escola. Na Educação Integral, o território não se restringe à escola.
Território de ensino aprendizagem: praças, museus, clubes, igreja, rua, etc.
Amplia-se o leque de oportunidades formativas, conteúdos e saberes a serem
compartilhados. Uma das publicações no Caderno Pedagógico do Mais
Educação – Territórios Educativos para a Educação Integral, do
Ministério da Educação (MEC), aborda que: compreendendo o
território que se deseja, descobre-se a identidade e ao mesmo
tempo, como parte da coletividade.
EDUCAÇÃO NO CAMPO. A educação do campo é a educação formal oferecida à população do
campo. a Educação do campo pode ser compreendida como
fenômeno social constituído por aspectos culturais, políticos e econômicos.
Nesse sentido, podemos inferir que os processos educacionais do campo
precisam ser significativos conforme a realidade dos sujeitos que o integram. Desse modo, Educação do Campo surge a partir da
preocupação dos sujeitos e dos movimentos sociais em
promover processos educacionais para a consolidação dos
valores, princípios e dos modos de ser e viver daqueles que
integram o campo. Pode-se afirmar que professores e alunos do campo enfrentam várias
problemáticas como a falta de infraestrutura, alimentação,
formação continuada, recursos e materiais didáticos. Mesmo assim, através de um diagnóstico das necessidades
educacionais encontradas é possível trazer uma educação de qualidade mesmo
em meio às dificuldades, valorizando o espaço de vida e de cultura. Através de
experiências vivenciadas, é possível elaborar uma pedagogia da alternância, construída por uma proposta pedagógica para que seja possível trazer o
ensino ao sujeito sem retirá-lo do seu espaço de trabalho familiar e de
convivência com a comunidade, beneficiando a população numa realidade
econômica, social e cultural.
O vídeo abaixo traz uma síntese dos temas abordados nessa postagem:
Muito esclarecedor!!Obrigada!
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