Educação Inclusiva: O que penso?
As escolas abertas à diversidade são aquelas em que todos os alunos se sentem respeitados e reconhecidos nas suas diferenças, ou melhor, são escolas que não são indiferentes às diferenças.” (MANTOAN, 1999, p. 13).
Quando usamos a expressão Educação Inclusiva, estamos nos referindo a dar atendimento educacional à pessoas que possuem Necessidades Educacionais Especiais, alunos com deficiências visual e auditiva, deficiência intelectual, deficiência física, transtorno global de desenvolvimento (TGD) e altas habilidades. A Unesco amplia esse conceito para relações étnico-raciais e povos indígenas. Assim, uma escola inclusiva é aquela que ensina e respeita o aluno independente do estado de saúde, etnia, classe social e língua e segue acreditando em seu potencial e desenvolvendo-o.
O movimento Escola para Todos iniciado na de
década de 1990, deu impulso ao assunto, com o discurso em defesa de Escola para
Todos com sua origem no evento relacionado com o assunto ocorrido em Jomtien,
Tailândia (1990), onde estiveram reunidos representantes da Educação dos Países
da América Latina e do Caribe. Decorrente dos compromissos firmados pelos
governos presentes aconteceu a Conferência Mundial sobre “Necessidades
Educativas Especiais”, (Salamanca, Espanha, 1994) e, o Fórum Consultivo
Mundial: Educação para Todos: o Compromisso de Dakar (Dakar, Senegal, 2000).
Por consequência desses eventos, houve a
expansão da Educação Inclusiva e seus propósitos que, ao ser implementada nas
escolas de ensino regular garante a todas as crianças – incluindo o aluno
excepcional – o direito à educação, jovens e adultos, independentemente de suas
condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas e outras
(BRASIL, 1997a). Como princípios fundamentais e orientação à construção da
escola integradora, conforme o texto da Declaração de Salamanca (1994):
Todas as crianças, de ambos os sexos, têm direito fundamental à
educação e [...] a elas deve ser dada a oportunidade de obter e manter um nível
aceitável de conhecimentos;
Cada criança tem características, interesses, capacidades e necessidades de
aprendizagem que lhes são próprios;
Os sistemas educativos devem ser projetados e os programas aplicados de modo
que tenham em vista toda a gama dessas diferentes características e
necessidades;
As pessoas com necessidades educativas especiais devem ter acesso às escolas
comuns que deverão integrá-las numa pedagogia centralizada na criança, capaz de
atender a essas necessidades;
As escolas comuns, com essa orientação integradora, representam o meio mais
eficaz de combater atitudes discriminatórias, de criar comunidades acolhedoras,
construir uma sociedade integradora e dar educação para todos, além disso,
proporcionam uma educação efetiva à maioria das crianças e melhoram a
eficiência e, certamente, a relação custo-benefício de todo o sistema educativo
(BRASIL, 1997, p. 10).
Em decorrência disso, a atenção à diversidade
tem sido constantemente estudada e debatida, principalmente ao se perceber
necessárias mudanças dos sistemas de ensino, das escolas e das práticas
pedagógicas entre muitas outras medidas que são necessárias à acessibilidade e permanência
com qualidade na unidade escolar trazendo benefícios a todos os alunos e a
sociedade onde vivem.
Na Escola Inclusiva, os espaços são adaptados para o convívio de
todos, os materiais usados nas atividades são usados por todos e as
diferenças não são consideradas um problema e sim, diversidade. Tal escola
reconhece e identifica os obstáculos e habilita o aluno a superá-los. Tendo em
mente que toda pessoa é capaz de aprender, é necessário que todos, professores,
pais, equipe pedagógica, funcionários, corpo docente e a comunidade busquem de
maneira incansável alternativas de aprendizagem que auxiliem no processo
educativo.
Atividades que estimulem sentidos não
afetados por uma deficiência conseguem alcançar objetivos pedagógicos que foram
bem definidos de maneira eficiente. Pode- se explorar diversos métodos de
ensino no intuito de educar pessoas com todo o tipo de diferenças: música,
escrita, desenho, experiências são algumas das técnicas que podem ser
utilizadas.
É claro que para que tudo isso seja possível
é necessário investimento na formação continuada dos docentes e no uso e
aquisição de recursos tecnológicos modernos.
Sendo assim, ao falar de Educação Inclusiva
existe uma gama de assuntos e abordagens que podem ser colocadas em práticas
não só pelo sistema educacional, mas também pelo sistema político e por toda a
sociedade. As instituições de ensino precisam estabelecer objetivos bem
definidos, se apegar a eles e adaptá-los a realidade e ao PPP da escola. Feito
isso, é preciso desenrolar esse plano em projetos e ações que envolvam as
famílias e comunidade onde a escola está inserida. O próximo passo é organizar
e estabelecer investimentos financeiros necessários para as mudanças estruturais, conquistar novos
recursos e treinar funcionários, professores e equipe pedagógica.
Em análise, nosso país como sociedade ainda tem muito que trilhar em relação a uma Educação Inclusiva de qualidade. Faz-se necessário a compreensão que, antes de o tema diversidade ser abordado em empresas e empreendimentos seja ensinado e aplicado desde bem cedo nas escolas. Isso acarretará em uma nação justa, acessível, inclusiva e produtiva em todos os aspectos.
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